Num recente estudo conduzido por uma equipa de cientistas de Hong Kong, a proteína CPEB4 demonstrou restaurar a vitalidade de células envelhecidas, bem como aumentar a produção de energia e resistência. Esta descoberta pode ter implicações no combate a doenças degenerativas.
Cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST) identificaram uma proteína crucial que pode fornecer informações importantes para reverter o processo de envelhecimento. De acordo com a Phys, essa descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas contra doenças relacionadas com a idade, bem como diversas patologias mitocondriais. Os resultados foram apresentados num estudo publicado na revista Development Cell na semana passada. Liderada pelo professor Tom Cheung, a equipa identificou a importância da proteína CPEB4, que desempenha uma função na ligação do RNA mensageiro e auxilia na manutenção do metabolismo, regulando a biossíntese de proteínas mitocondriais. Ao longo dos anos, as células animais entram num processo de senescência, no qual deixam de se reproduzir, mas não morrem, conforme explicado pela Deutsche Welle.
Essas “células disfuncionais” acumulam-se no organismo, causando deterioração e contribuindo para as mudanças relacionadas ao envelhecimento. Os cientistas de Hong Kong observaram que os níveis de CPEB4 diminuíam nos tecidos envelhecidos de ratos, especialmente nos músculos esqueléticos. Da mesma forma, eles identificaram processos de “envelhecimento” após lesões, assinalados por uma maior presença do marcador de senescência beta-galactosidase (SA-β-gal), em comparação com músculos adultos saudáveis.
Em estudos laboratoriais, a reintrodução da CPEB4 em células estaminais musculares envelhecidas levou a um aumento na produção de proteínas mitocondriais e energia, além de uma notável resistência à senescência celular, resultando numa melhoria na regeneração muscular. A expressão da CPEB4 em várias células humanas também proporcionou uma maior protecção contra o envelhecimento das células.
“Este estudo estabelece as bases para uma pesquisa da viabilidade de ser usado o CPEB4 como possível alvo terapêutico para diversas doenças mitocondriais”, incluindo o síndrome de Leigh, uma patologia neurológica degenerativa hereditária, afirmou o autor principal do estudo.
Em 2018, uma equipa internacional de cientistas também descobriu que uma alteração na CPEB4 pode estar relacionada à predisposição ao autismo.