Numa sociedade cada vez mais industrializada onde impera o excesso de peso e a obesidade a busca incessante por um emagrecimento saudável e sustentável a longo prazo tem-se destacado cada vez. Por isso, a preocupação com a saúde e o bem-estar está em constante crescimento. Com base nestas circunstâncias, a alimentação consciente e intuitiva tem ganho destaque como uma abordagem eficiente e eficaz para alcançarmos e mantermos um peso adequado de forma equilibrada e duradoura.
A alimentação consciente envolve a prática de estar presente no momento da refeição, cultivando uma atenção plena no acto de comer. É a arte de nos conectar com os alimentos, os seus sabores, as texturas, os aromas, e, ao mesmo tempo, estarmos atentos às reacções e às sensações internas do corpo. Em contrapartida, a alimentação intuitiva valoriza o respeito aos sinais de fome e de saciedade que o corpo envia naturalmente, permitindo que sejamos guiados pelas nossas necessidades físicas e emocionais; sem sentirmos culpa com o que estamos a comer.
Este método – MACI – não está baseado em dietas restritivas ou à contagem obsessiva de calorias, mas sim na construção de uma relação saudável com a comida e o corpo. Abraçar esta abordagem requer uma mudança de mentalidades, por isso, temos que nos afastar dos padrões impostos pela sociedade: que procuram corpos padronizados, e adoptar uma perspectiva centrada na saúde, na promoção da auto-estima, no autocuidado e na aceitação de si mesmo. Em vez de estarmos centrados em restrições e limitações, o foco está na escolha de alimentos ricos nutricionalmente e no aprofundamento de uma relação positiva com a alimentação. A consciência alimentar vai ajudar-nos a diferençar os alimentos que realmente nutrem o nosso corpo, a nossa mente e as nossas emoções, em oposição aos alimentos “vazios” que apenas satisfazem temporariamente os nossos desejos. E servem para “colmatar” algo em nós que não percebemos o que é ou que ainda não tivemos a coragem para investigar/pesquisar.
Então um dos princípios da alimentação consciente e intuitiva é a prática da escuta interna. Devemos aprender a sintonizar as nossas necessidades e respeitar os sinais de fome e de saciedade que o corpo nos envia. Isso pode significar comer quando estamos com fome, mesmo que não seja a “hora das refeições”, e parar de comer quando sentimo-nos satisfeitos, mesmo que ainda haja comida no prato ou que os outros ainda possam estar a comer.
Outro aspecto essencial é superar a culpa associada a certos alimentos ou momentos de indulgência. Nesta abordagem não há espaço para criticas, julgamentos ou a ideia de “comer bem” ou “comer mal”. Na verdade trata-se de cultivar uma relação de amor-próprio, de auto-estima e a compreensão em relação à comida e ao próprio corpo.
E a importância do exercício-físico?
A prática regular de actividade física também desempenha um papel fundamental em qualquer processo de emagrecimento. O “mexermos” mais contribui para a construção e manutenção de uns ossos fortes, o fortalecimento do sistema imunitário, o aumento da energia e a melhoria do estado de humor, para além de ser uma excelente maneira de conectarmos e pacificarmos a mente e o corpo. Havendo muitos outros benefícios, entre os quais a queima de calorias!
Se ambicionas eliminar alguns quilos – seja por que motivo for – esse emagrecimento deve ser feito de uma forma saudável e sustentável e não deves encarar uma corrida contra o tempo. Ou seja, não queiras emagrecer da noite para o dia. Porque na verdade também não engordaste de um dia para o outro. Portanto torna o processo prazeroso, gradual e contínuo. A paciência e a perseverança são virtudes que devem ser valorizadas neste percurso. Não há espaço para soluções rápidas ou milagrosas, mas sim para escolhas conscientes e consistentes a longo prazo.
É essencial lembrar que cada indivíduo é único, com necessidades e conjunturas de vida bem diferentes. Deste modo o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Em função disto é fundamental que cada um encontre a sua própria abordagem na alimentação consciente e intuitiva, levando em consideração as suas preferências, restrições alimentares, a sazonalidade dos alimentos, a sustentabilidade alimentar e ambiental, bem como ter em conta objectivos mais específicos e de cada um.
Quero ainda reforçar e salientar que a perda dos quilos a mais não deve sobrepor-se à saúde mental e emocional. A pressão social pelo peso perfeito ou por umas curvas bem delineadas pode, em alguns casos, desencadear distúrbios alimentares e promover problemas de auto-imagem e auto-estima. Por isso, é fundamental ter o apoio de profissionais da área da saúde, tais como: médicos, nutricionistas, psicólogos e outros para auxiliar o processo de forma segura e equilibrada.
Em conclusão, a alimentação consciente e intuitiva (MACI) é uma abordagem promissora para conseguirmos alcançar um emagrecimento saudável e sustentável a longo prazo. Cultivar uma relação saudável com a comida, aprender a escutar o corpo e respeitar as nossas necessidades (não só nutricionais) são os pilares desta prática. E, se combinada com actividade física e apoio profissional adequado, esta abordagem pode não apenas levar ao emagrecimento, mas também promover uma vida mais equilibrada, saudável e feliz. Vivemos para sermos felizes, certo? Lembra-te que o caminho pode ser desafiador, mas é um investimento bastante valioso na tua saúde e no teu bem-estar geral, não só para ti, mas também para quem te rodeia.