Sabe o que é a dieta “water-friendly”? Hummm! Não, pois não! Então não se preocupe porque não é o que está a pensar, ou seja, uma dieta à base de água. Este conceito vai muito além da alimentação ou de uma restrição calórica.
Acha que é possível ter uma alimentação sustentável? Por exemplo, uma dieta que minimize o desperdício e ao mesmo tempo seja equilibrada?
E a resposta é bem simples! Sim, uma dieta também pode ser sustentável para o meio ambiente. Este é o lema da chamada dieta “water-friendly” que em português significa “amiga da água”.
Na realidade, é um conceito alimentar que vai muito além de pesar alimentos, de contar calorias, de alimentos permitidos ou proibidos, etc. E fazendo uma tradução à letra, uma dieta “amiga da água” é uma dieta “amiga da água” e ponto final. Portanto, presume-se que seja uma alimentação que promove a poupança de água e esta é mais uma nova perspectiva no campo das ciências da nutrição. Porque hoje em dia, e tendo em conta a preservação do meio-ambiente, uma alimentação saudável e equilibrada não é mais suficiente, deve-se apostar também numa alimentação mais sustentável.
Como fazer uma dieta amiga da água
Para termos uma alimentação sustentável precisamos de ter foco no momento de escolher e de comprar os alimentos. Principalmente os de origem vegetal, tais como: frutas, legumes e vegetais da época, ou seja, com base na estação/sazonalidade que vivemos. A razão é bem simples porque os alimentos que são cultivados na sua própria época requerem menos água do que os alimentos cultivados em condições artificiais. Além disso, estes alimentos trazem mais e melhores benefícios ao nosso organismo. Sem querer destacar que os alimentos da época, além de terem maior teor nutricional, também são mais frescos e saborosos.
Nota – Relembramos mais uma vez a importância da preferência de alimentos frescos ao invés destes mesmos alimentos mas industrializados. Um bom exemplo são algumas leguminosas, como o feijão, a lentilha, a fava ou a ervilha.
Quanto mais um alimento é processado, maior é o desperdício de recursos ambientais, incluindo de água. Estima-se, por exemplo, que entre 2500 a 3500 litros de água sejam utilizados para produzir um hambúrguer. Relativamente à carne, peixe, ovos e outros produtos alimentares de origem animal pode preferir os que têm uma produção igualmente sustentável. Na realidade pode pagar um pouco mais, contudo é mais amiga e preserva o meio-ambiente.
Uma vez em casa pode adoptar outros tipos de práticas que promovam a poupança de água e de outros recursos. Ora veja:
Economize água em casa:
1. Consciencialização: O primeiro passo para economizar água é a consciencialização. Familiarize-se com o consumo de água na sua casa e identifique áreas onde pode reduzir.
2. Reparação de fugas: Pequenas fugas podem desperdiçar grandes volumes de água ao longo do tempo. Verifique regularmente torneiras, chuveiros e sistemas de esgotos.
3. Torneiras e chuveiros eficientes: Instale torneiras e chuveiros de baixo fluxo, que reduzem o caudal da água sem comprometer o conforto.
4. Utilização consciente: Feche a torneira enquanto está a escovar os dentes, ensaboa as mãos ou lava a louça. Use as máquinas de lavar roupa e de louça apenas quando estão com a carga completa.
5. Recolher a água da chuva: Instale sistemas de colheita de água da chuva para regar terrenos, plantas e jardins.
Economizando água na agricultura:
6. Regue por gotejamento: A rega por gotejamento é uma técnica que fornece água directamente às raízes das plantas de forma controlada e precisa. Isto reduz significativamente as perdas por evaporação e escoamento, e maximiza a absorção pelas plantas. Esta técnica economiza água ao direccioná-la especificamente onde é necessária.
7. Use sensores e tecnologias de monitorização: A utilização de sensores de humidade do solo e tecnologias de monitorização em tempo real permite aos agricultores avaliar as necessidades hídricas das plantas de forma precisa. Logo evita a utilização de excessos e que haja desperdício de água.
8. Rotação de culturas: A rotação de culturas e a adopção de práticas agroecológicas, como a plantação de culturas complementares e a utilização de plantas de cobertura, podem melhorar a estrutura do solo, aumentar a sua capacidade de retenção de água e reduzir a necessidade de uma rega frequente.
9. Cobertura do solo e mulching: A cobertura do solo com materiais orgânicos ou plásticos reflectivos (mulching) ajuda a reduzir a evaporação da água do solo, mantendo a humidade e a temperatura mais estáveis. Isto resulta em menos necessidade de rega e já agora também protege o solo da erosão.
10. Reutilização de água e tratamento de efluentes: A implementação de sistemas de reutilização de água, para tratar e reciclar águas residuais agrícolas, permite que a água utilizada em processos anteriores seja reaproveitada (totalmente ou quase na sua totalidade). Isto não apenas economiza água, mas também reduz a poluição da água e melhora a qualidade do solo.
Concluindo, aplicar todas estas dicas e recomendações na nossa alimentação e no nosso dia-a-dia não só nos ajudará a ter hábitos alimentares saudáveis, mas também vai promover um estilo de vida muito mais sustentável.
Fonte: https://executivedigest.sapo.pt/noticias/quanta-agua-custa-um-hamburguer/