Com cada vez mais seguidores e adeptos em todo o Mundo, a alimentação eco-friendly (em português: alimentação amiga do ambiente) é um conceito que tem como objectivo promover mudanças na ingestão e no reaproveitamento dos alimentos, e ainda assim proporcionar mais saúde para o organismo e ajudar a preservar o meio-ambiente.
Do ponto de vista nutricional é muito abrangente porque engloba todos os aspectos socioculturais e ambientais da alimentação: desde o cultivo/plantação até ao reaproveitamento, passando pelo acondicionamento, a compra, a preparação, a ingestão, o reaproveitamento e a eliminação das partes não comestíveis, tendo sempre como objectivo reduzir os impactos no meio ambiente ao desenvolver uma alimentação mais consciente e uma postura socio-ambiental sustentável.
Não é necessariamente preciso ser-se vegano ou vegetariano para adoptar este conceito, e nem ser tão rigoroso. Até porque adoptar atitudes sustentáveis, além da responsabilidade social, é um acto de empatia e respeito para o próximo.
Como já foi dito anteriormente a “postura” eco-friendly vai muito além da alimentação, e envolve outras necessidades do nosso quotidiano, como o respeito na obtenção das matérias-primas e na produção de vestuário, calçado, cosméticos, mobiliário, entre outros.
16 sugestões eco-friendly que são recomendadas na alimentação:
1. Estimular o consumo de alimentos biológicos/orgânicos (livres de pesticidas, herbicidas e mesmo fertilizantes), devido aos impactos ambientais que causam, contaminando o solo e a água, além de serem nocivos para a saúde;
2. Preferir comprar alimentos de produtores locais a fim de estimular a economia local. Por exemplo ir a feiras e mercados, onde encontra-se alimentos da estação com maior facilidade;
3. “Descascar mais e desembalar menos”: comer alimentos mais frescos e naturais e evitar os industrializados. Já que a poluição produzida pelas indústrias favorece o aquecimento global e afecta a qualidade do ar que respiramos e não só;
4. Comprar só o necessário, só o que vai precisar. Desta forma evita o desperdício dos alimentos perecíveis, como frutas, vegetais e legumes;
5. Reutilizar os sacos das compras e dar preferência aos que são de lona, de pano, etc em vez dos sacos de plástico. Assim evita-se utilizar o plástico, que para além de poluir ambiente, leva décadas ou mesmo centenas de anos para se decompor. Deve-se adoptar a mesma postura com as palhinhas de plástico, que podem ser trocadas pelas reutilizáveis, como as de papel, aço ou bambu;
6. Preparar apenas os alimentos que for comer para evitar o desperdício e ter cuidado na sua preparação e confecção. Isto é, descascar e higienizar com algum cuidado, para evitar grandes desperdícios, e colocar somente no prato apenas o que cada um de nós deve/quer comer;
7. Acondicionar os alimentos em recipientes de vidro, por serem bastante práticos, inertes e reutilizáveis. Além disso, evita-se a contaminação pelo composto Bisfenol A, que pode estar presente em recipientes plásticos;
8. Preferencialmente fazer o branqueamento de alguns legumes e vegetais, como é o caso dos brócolos e da couve-flor, por exemplo. O branqueamento é um processo que envolve a imersão rápida de alimentos em água a ferver e, em seguida, em água gelada. Este processo ajuda a parar a acção das enzimas que podem causar a deterioração dos alimentos, além de preservar a cor, a textura e o valor nutricional;
9. Algumas frutas podem ser congeladas, para evitar a oxidação. Assim, por exemplo, a banana pode ser congelada e armazenada para ser usada em receitas, batidos ou smoothies;
10. As ervas aromáticas podem ser cortadas e congeladas, e alguns vegetais de folhas verde-escuro também, como a couve, os espinafres e o agrião. Combinam muito bem com outros alimentos em sumos e sopas;
11. Reaproveitar integralmente os alimentos: as cascas dão excelentes sumos e infusões ou mesmo farinhas, como a do maracujá; as sementes podem ser torradas/assadas e viram “snacks”, como as pevides de abóbora; os talos são reaproveitados e usados nos sumos e nos caldos. Todas estas opções são ricas em fibras e potencialmente nutritivas;
12. Aproveitar as sobras de vegetais, cereais e leguminosas para confeccionar sopas e/ou outras receitas. Por exemplo, o feijão cozido pode ser transformado em puré; o arroz cozido substitui a farinha de trigo em panquecas e tortas. Este comportamento evita desperdícios e diminui drasticamente o lixo orgânico;
13. Fazer a separação dos lixos. Principalmente a separação do lixo orgânico (dos restantes: plástico, vidro e papel), que pode ser reciclado e transformado em adubo para plantas, através da compostagem;
14. Sempre que possível cultivar uma horta em casa. Além de deixar o jardim mais organizado e “charmoso”, as hortas caseiras trazem mais espaços verdes para o meio ambiente e ajudam a diminuir a ingestão de molhos fabricados a nível industrial. Além disso, o simples cultivar uma horta e fazer jardinagem em casa é uma óptima terapia;
15. Observar a higiene da superfície comercial antes de comprar os alimentos, e higienizar em casa de forma adequada, para evitar contaminações;
16. Verifique o odor e o sabor dos alimentos antes de deitar para o lixo. Isto porque as aparências enganam, principalmente frutas, vegetais e legumes.
Segundas Sem Carne
É uma campanha a nível mundial que tem como objectivo minimizar o impacto ambiental causado pela produção da carne, que engloba: o desflorestamento, a quantidade excessiva de água utilizada na produção e a emissão de gases que contribuem para o efeito de estufa e o aquecimento global. A redução da ingestão de carne (principalmente vermelha) no dia-a-dia não só estimula a introdução de “novos” alimentos ricos em proteínas, como as leguminosas, os cereais e as sementes, como também previne e controla diversas doenças que podem estar associadas ao consumo excessivo de carne, como a hiperuricemia, diabetes, obesidade, diversos tipos de cancro entre outras.
Contudo lembre-se que exclusões ou restrições alimentares precisam de uma avaliação e de uma orientação profissional para evitar carências nutricionais e outros problemas de saúde.