Muitas pessoas acreditam que ganhar peso está apenas ligado ao consumo excessivo de comida e calorias. No entanto, uma investigação da Universidade da Califórnia, publicada em 2017 na revista Cell Metabolism, mostrou que até o simples ato de cheirar alimentos pode influenciar no aumento de peso.
O estudo, realizado em ratos, revelou que os animais obesos que perderam o olfato também perderam peso, mesmo consumindo a mesma quantidade e tipo de comida que os ratos com olfato normalizado. Alguns chegaram até a duplicar o peso quando mantinham o sentido de cheiro ativo.
O impacto do olfato no metabolismo
Segundo os investigadores, o cheiro dos alimentos interfere na forma como o organismo processa as calorias. Isso acontece porque o olfato está diretamente ligado a áreas do cérebro que regulam o metabolismo, como o hipotálamo.
“Se conseguirmos manipular as informações transmitidas pelo olfato, podemos alterar a forma como o cérebro interpreta e regula o equilíbrio energético”, explicou Céline Riera, uma das autoras do trabalho.
O estudo também aponta que pessoas que perdem o olfato devido à idade, doenças ou acidentes tendem a desenvolver anorexia, muitas vezes associada a depressão e falta de apetite.
Como o cheiro influencia no armazenamento de energia
Para Andrew Dillin, outro dos autores, “os sistemas sensoriais têm um papel fundamental no metabolismo. O aumento de peso não depende apenas das calorias ingeridas, mas também da forma como o corpo as utiliza”. Ele acrescenta ainda que, se for possível confirmar os resultados em humanos, pode-se desenvolver um medicamento que bloqueie esse mecanismo sem afetar o olfato.
Os cientistas observaram ainda que, tal como acontece com os humanos, os ratos ficam mais sensíveis a odores quando têm fome. A ausência de olfato parece “enganar” o corpo, fazendo-o acreditar que já foi alimentado, levando-o a armazenar calorias (energia) como forma de proteção.
Nos ratos sem olfato, as células de gordura passaram a produzir mais calor e queimar calorias rapidamente, o que não só resultou em perda de peso como também numa recuperação da tolerância normal à glicose.
Os cientistas acreditam que esse mecanismo pode ajudar no futuro pessoas com distúrbios alimentares, já que o olfato está diretamente ligado ao prazer de comer e ao desejo por determinados alimentos.
O papel da alimentação no emagrecimento
Outro estudo, publicado na revista Nature Medicine, concluiu que dietas compostas por alimentos minimamente processados podem levar a uma perda de peso até duas vezes maior do que dietas baseadas em ultraprocessados, mesmo quando considerados “saudáveis”.
O estudo acompanhou 55 voluntários no Reino Unido durante oito semanas e comparou o impacto de diferentes tipos de dieta. “Mesmo que uma dieta ultraprocessada cumpra as diretrizes nutricionais, os resultados mostram que uma alimentação baseada em produtos minimamente processados leva a uma maior perda de peso”, afirmou Kevin Hall, um dos autores.
























