De acordo com um estudo publicado na revista Galileu, cientistas da Universidade de Salzburgo, na Áustria, concluem que comer pode ser uma acção de resposta ao stress e ansiedade.
A investigação publicada na revista científica Frontiers in Behavioral Neuroscience alerta que comer em demasia devido a alterações do estado de humor (emoções negativas) e para preencher o “vazio” decorrente de episódios causadores de stress e de ansiedade, constitui um factor de risco para a promoção e o desenvolvimento de distúrbios alimentares, tais como a compulsão alimentar ou bulimia – para além da considerada epidemia do século XII, a Obesidade.
“Mesmo com um IMC [índice de massa corporal] saudável, comer demais [nessas situações] pode ser um problema”, refere Rebekka Schnepper, co-autora do estudo, num comunicado emitido à imprensa.
O estudo
Conforme explica a revista Galileu, os cientistas analisaram 80 estudantes do sexo feminino da Universidade de Salzburgo. Todas as jovens mulheres apresentavam um IMC considerado médio, por outras palavras não se encontravam nem na categoria de demasiado magras nem obesas.
Os especialistas explicaram que a decisão de estudar somente mulheres recaiu na teoria de que estas estão mais predispostas a sofrer de distúrbios alimentares.
No decorrer do estudo, os cientistas leram histórias às voluntárias com o intuito de provocar uma resposta emocional neutra ou negativa. As narrativas negativas descreviam situações da vida pessoal das jovens; já as histórias neutras referiam-se a temáticas bem corriqueiras como lavar os dentes, por exemplo. Adicionalmente, as participantes visualizaram imagens de alimentos apetitosos.
No final da experiência, os cientistas detectaram que o apetite das comedoras emocionais aumentava quando vivenciavam sentimentos negativos, comparativamente àquelas que sentiam emoções neutras.
Para Schnepper, os dados apurados podem contribuir para a formulação de estratégias no tratamento de distúrbios alimentares.