Um grupo de cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) dos EUA criou uma pílula vibratória para “combater” a epidemia do século XXI, a obesidade. Trata-se de uma abordagem menos invasiva em comparação com métodos cirúrgicos. Esta alternativa também é mais económica e potencialmente associada a menos efeitos secundários do que os fármacos existentes.
A pílula utiliza vibrações para enganar o cérebro, induzindo a sensação de saciedade. O estudo, divulgado na ScienceAdvances, destaca esta técnica como uma opção menos invasiva em relação à cirurgia de bypass gástrico. E mais, ela é considerada pela New Scientist como sendo mais acessível economicamente e, em teoria, menos propensa a efeitos secundários do que fármacos actuais, como Wegovy e Ozempic.
Como funciona?
O mecanismo da pílula envolve um motor vibratório alimentado por uma pequena bateria de óxido de prata, segura para ingestão do ser humano. Depois de ingerida, a camada externa dissolve-se no ácido gástrico, e activa um circuito electrónico que inicia as vibrações. Essas vibrações têm o objectivo de estimular os receptores do estômago, comunicando ao cérebro a sensação de saciedade semelhante à experimentada após uma refeição “farta”.
Em testes com suínos, aqueles que receberam a pílula 20 minutos antes das refeições ingeriram aproximadamente 40% menos alimentos em comparação com os que não receberam a pílula, apresentando também níveis elevados de hormonas associadas à saciedade. A pílula tem uma autonomia de 30 minutos e é naturalmente expelida pelo organismo.
A equipa de cientistas procura realizar ensaios em humanos para breve. Pretende-se que projectos futuros associados a esta tecnologia possam ser semi-permanentes e controlados remotamente para controlar o apetite, permitindo aos seus usuários activarem a pílula durante momentos específicos do dia.
Fonte:
https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.adj3003
https://www.newscientist.com/article/2409208-vibrating-pill-may-help-with-obesity-by-making-your-stomach-feel-full/