A má digestão também pode ser chamada de indigestão. E é definida como um desconforto ou dor localizada na região superior do abdómen. O termo médico para a indigestão alimentar é dispepsia. A má digestão pode fazer com que os alimentos não sejam digeridos correctamente e portanto a absorção dos seus nutrientes fica comprometida.
Comer determinados alimentos que não estamos habituados, alimentos adulterados/estragados, alterações no tipo de alimentação, refeições muito ricas em gorduras ou em hidratos de carbono, e/ou refeições com horários descontrolados acabam por desregular qualquer tipo de aparelho digestivo. As situações mais graves podem surgir principalmente entre aquelas pessoas que não se hidratam correctamente durante os dias em que está excessivamente calor e/ou mesmo durante aqueles esforços físicos prolongados. Mas, felizmente, na maioria dos casos se a pessoa respeitar algumas regras básicas, e simplesmente, sobre o que deve comer e sobre higiene alimentar, rapidamente o aparelho digestivo retoma ao seu funcionamento normal.
– Azia
Como dito na introdução, muitas das pessoas que sofrem destes sintomas desconhecem que se trata de dispepsia, uma doença crónica tão comum e tão vulgar nos nossos dias. Muitos chamam-lhe azia. Mas fazem-no erradamente. A azia é, apenas, um dos vários sintomas da dispepsia. A azia surge porque existem:
Mudanças da alimentação
Quando ocorrem mudanças dos hábitos alimentares durante as férias, por exemplo, devido a toda a situação envolvente, situações profissionais, etc, é comum alterar-se a rotina do dia-a-dia, o que se modifica logo são os horários e a dieta. Muitas vezes o primeiro sintoma que surge como consequência é um ardor intenso no estômago. Começa por ser uma acidez pontual que não prejudica o dia-a-dia da pessoa. Geralmente aparece sempre devido às seguintes circunstâncias: uma refeição onde bebeu-se excessivamente álcool ou com excesso de condimentos (especiarias e/ou ervas aromáticas). Mas quando a sensação de ardor torna-se frequente, sem relação aparente com o tipo de alimentação e surgindo algumas horas após a refeição há a necessidade de ser consultado pelo médico assistente. Se para além da azia houver dores acompanhadas de cansaço e de um emagrecimento devem ser levadas muito a sério, porque podem indicar a existência de outros problemas. A primeira medida a tomar é não comer qualquer tipo de alimentos que já sabe que vai ter dificuldade em fazer a digestão, apesar destes diferirem muito consoante as pessoas. Mas, é notório que em situações em que se perde o controlo e se abusa são quase sempre as mesmas – aniver´sarios, jantaradas, churrascadas, casamentos, baptizados, etc. O ideal é mastigar muito bem os alimentos e fazer refeições ligeiras e sem muitos molhos ou gorduras, por exemplo.
Os alimentos
Por exemplo, a ingestão de alimentos crus e de frutos ácidos que não estamos habituados a comer, embora deliciosos e cheios de vitaminas e sais minerais, não devemos comê-los em excesso. Evitar ou mesmo reduzir o consumo de álcool, chocolate, café é fundamental para evitar problemas de acidez no aparelho digestivo.
A água
Beber água sem gás deve ser um hábito que deve ser sempre mantido, quer durante as refeições (e no máximo 2 copos), quer nos intervalos das refeições. As águas gaseificadas aumentam a pressão que se exerce sobre o estômago, o que favorece o aumento da acidez.
Nota importante:
Também pode ser necessário, quando a dor persiste, recorrer à farmácia ou parafarmácia para comprar algum tipo de antiácido, que se vendem sem prescrição médica. É fundamental recordar que este tratamento deve ser de curta duração e estritamente limitado à duração dos sintomas. Se os mesmos persistirem o ideal é consultar o seu médico assistente.
– Flatulência
Os alimentos
Para aquelas pessoas que estão com excesso de peso, emagrecer também pode ser uma boa solução para que resolver alguns dos seus problemas. Uma vez que o peso excessivo aumenta a pressão abdominal. Cada vez que respiramos, sobretudo quando falamos enquanto comemos, engolimos ar, que acaba por representar um volume considerado bastante razoável. Além disso, a fermentação dos alimentos no intestino leva à produção de gases que o organismo elimina naturalmente. Mas quando os gases acumulam-se na zona abdominal, tornam-se responsáveis por tensões e dores bastante fortes e ocasionais. Estas dores são, por vezes, devidas apenas a um intestino demasiado sensível.
Os gases também podem surgir devido a algumas perturbações do trânsito intestinal: prisão de ventre ou diarreias, ou ambas em alternância. Para prevenir o excesso de gases devemos escolher muito bem os alimentos que vamos comer. É importante limitar a ingestão de fibras que fazem parte da composição de muitos alimentos, por exemplo, nos cereais integrais, nas leguminosas, vegetais, legumes, frutas, etc. Não esquecer que também o mel pode favorecer uma fermentação. Se o trânsito intestinal é normal, estas pequenas precauções são suficientes. Deve também moderar a ingestão de alimentos não cozinhados e mastigar lentamente. Naqueles casos em que a pessoa apresenta uma eliminação excessiva de gases, é aconselhável evitar as bebidas gaseificadas.
Outra precaução passa por diminuir a ingestão de alimentos ricos em fibras que favorecem a flatulência, como é o caso da cebola, couve lombarda e outras couves em geral. Mas se é daquelas pessoas que sofre constantemente de prisão de ventre acrescente à sua alimentação, em porções razoáveis, cenouras raladas, ameixas, figos, kiwis, espinafres e cereais, cujas fibras favorecem o bom funcionamento do intestino. Contudo lembre-se também que convém não abusar para prevenir a formação de gases. Substitua apenas alguns alimentos por outros assim que surjam casos pontuais de flatulência, e que não saiba identificar quais os alimentos que provocaram.
Dispepsia na infância
Embora tenha muito menos importância, é fundamental falar sobre a existência de dispepsia entre os mais novos. Actualmente, já é frequente nas consultas de pediatria haver relatos de crianças com dispepsia. E não é o café nem sequer o tabaco que induzem a doença, mas sim uma alimentação excessiva e hipercalórica. A existência de crianças cada vez mais obesas também ajuda para o aparecimento de dispepsia cada vez mais cedo.
Para ajudar à digestão beba as seguintes infusões:
Estas bebidas são ricas em óleos essenciais, que aumentam a secreção dos sucos digestivos, estimulam os movimentos peristálticos do intestino e favorecem a irrigação do sangue. Geralmente, estas infusões podem ser bebidas antes, durante ou depois das refeições, mas são mais eficientes se forem bebidas no final e, de preferência, quentes.
Hortelã: Facilita a secreção da bílis, que ajuda na digestão das gorduras.
Carqueja: Aumenta a secreção de sucos digestivos e previne o aparecimento de úlceras.
Camomila: Antiespasmódica, auxilia quem sofre de cólicas intestinais (flatulência).
Boldo: Diminui os gases e reduz a prisão de ventre.
Erva-doce: Ajuda a digestão como um todo e também é antiespasmódica.