Os avanços da tecnologia são cada vez mais sofisticados nas mais diversificadas áreas, ou seja, do ponto de vista telefónico e dos equipamentos (os telemóveis), na informática, na indústria automóvel, …e de alguns anos para cá também já atinge a nossa indústria alimentar. Já se imaginou a consumir uvas e/ou melancia sem o inconveniente de retirar as grainhas e/ou as sementes? E saborear-se com uma manga sem fiapos? Respondendo a estas perguntas, o progresso foi de tal forma que, actualmente, isso já é possível.
Embora alguns destes alimentos ainda estejam a ser investigados, testados e desenvolvidos em outros países, o objectivo dos agricultores é ir ao encontro do prazer do consumidor. Infelizmente, o preço dos alimentos que são originados por estes processos tecnológicos é, em geral, muito elevado e este factor é fundamental, porque torna a comercialização quase que impraticável em alguns países.
Melancia sem sementes
O método de produção da melancia sem sementes não é igual ao utilizado para o cultivo de uvas sem sementes. A ausência de sementes na melancia ocorre como resultado de um cruzamento, entre plantas de diferentes constituições genéticas, levando a uma semente especial que, quando plantada, proporciona o desenvolvimento da fruta sem sementes. Os investigadores alertam que, em alguns casos, pouquíssimas sementes são originadas, mas isso não é comum. No entanto, é normal a presença de rudimentos brancos de sementes, que podem ser ingeridas com a polpa, sem causar algum problema.
Uvas sem sementes
De acordo com alguns cientistas, as uvas sem sementes podem aparecer na natureza sem qualquer intervenção humana, ou seja, alguns tipos de uvas, simplesmente, não conseguem completar o desenvolvimento do embrião e ocorre um “aborto natural” formando-se, então, sementes muito pequenas ou mesmo inexistentes. Como são raros estes fenómenos na Natureza, o homem também pode conseguir isso através de uma técnica chamada de “melhoramento genético”, que tem sido utilizada na agricultura desde o século XIX, por Mendel.
Para que isso seja possível é necessária uma pré selecção de diversas sementes de uvas sem grainhas (as sementes que se encontram dentro da uva), e que tenham as mesmas características, ou seja, utilizam-se videiras (as plantas das uvas) sem sementes e faz-se o cruzamento com outras plantas com as mesmas características. Depois de se fazer a pré selecção das plantas sem sementes, passa-se à etapa seguinte: o cruzamento (ou hibridação). Esta técnica tem a finalidade de conseguir novas variedades melhoradas, isto é, sem sementes e com uvas maiores e mais saborosas. Sabe-se também que esta técnica não altera os componentes nutricionais da fruta.
As uvas sem sementes são conhecidas e apreciadas mundialmente e podem ter preços até três vezes superior que as suas variedades comuns.