São substâncias naturais e artificiais, com valor nutritivo ou não, que se misturam intencionalmente aos produtos alimentares, para proporcionar cor, sabor, consistência, humidade, estabilidade, ajudar o processo de preparação, tornar os alimentos mais atraentes e para impedir o desenvolvimento de microrganismos e a oxidação. Nos rótulos, podem ser referenciados pelo código “E” ou pelo nome da substância.
Categorias
Os aditivos que são utilizados em Portugal (E.U) são cerca de 312 e dividem-se em 26 categorias. Neste artigo apresenta-se os principais grupos e as suas características. É comum um determinado aditivo ter mais do que uma função e enquadrar-se em mais do que um destes grupos.
Classificam-se do seguinte modo:
E 100 – 199 | Corantes |
E 200 – 299 | Conservantes |
E 300 – 399 | Antioxidantes |
E 400 – 499 | Emulsionantes e Estabilizadores |
E 500 – 599 | Espessantes |
E 600 – 699 | Intensificadores de Sabor |
E 900 – 999 | Edulcorantes |
– | Acidificantes e Reguladores de Acidez |
Estas substâncias, naturais ou sintéticas, são usadas para aumentar ou recuperar a cor perdida durante o fabrico e posterior armazenamento, garantindo uma coloração uniforme do produto final. Os corantes, não trazem qualquer benefício para a qualidade dos produtos, sendo quase sempre usados para “enganar” o consumidor. Exemplo: iogurtes de aroma de morango, com uma coloração rosa.
Substâncias usadas para prolongar a vida útil dos alimentos. Controlam o crescimento de fungos, bactérias e leveduras, responsáveis pela degradação dos alimentos. Podem causar alergias, sobretudo quando ingeridas em doses elevadas.
Antioxidantes (E 300 a E 399)
São usados para retardar o processo de oxidação. Previnem ou limitam o efeito do oxigénio do ar, o rançamento dos alimentos que contém gorduras e óleos, e o escurecimento dos alimentos à base de frutas. Os antioxidantes ajudam a manter o alimento atractivo e mantêm o paladar por longos períodos de tempo.
Estabilizadores e Emulsionantes (E 400 a E 499)
Os estabilizadores são substâncias que tornam possível a manutenção do estado físico-químico dos alimentos. Deles fazem parte os emulsionantes, que facilitam a mistura entre as gorduras e a água, impedindo que estes elementos se separem por camadas no produto final. Por exemplo temos as maioneses que mantêm a sua estrutura, por longos períodos.
Espessantes (E 500 a E 599)
Asseguram a consistência da comida. Muitas substâncias são usadas como espessantes, por exemplo temos os amidos e as féculas, que também servem para condensar os alimentos. Podem camuflar a falta de ingredientes de base, já que com eles se pode obter a mesma consistência que deveríamos ter com os ingredientes originais.
Intensificadores de Sabor (E 600 a E 699)
Geralmente, são usados para compensar a falta de sabor das matérias-primas utilizadas ou para disfarçar a “pobreza” de certos ingredientes. Não há ainda consenso quanto à toxidade de algumas dessas substâncias.
Edulcorantes (E 900 a E 999)
São aditivos usados para substituir o açúcar. Algumas dessas substâncias podem ser perigosas para quem sofre de determinadas doenças, como por exemplo a Fenilcetonúria.
Acidificantes e Reguladores de Acidez
Os primeiros são usados para aumentar a acidez dos géneros alimentícios ou lhes conferir um sabor acre, os reguladores de acidez são substâncias que alteram e controlam a acidez ou a alcalinidade dos géneros alimentícios.
Estudos científicos suspeitam de serem cancerígenos alguns dos seguintes aditivos:
- Corantes: E 123 – amaranto e o E 127 – eritrosina.
- Conservantes: E 220 a E 228 – sulfitos, E 250 – nitrato de sódio, E 251 – nitrato de sódio e o E 252 – nitrato de potássio.
- Antioxidantes: E 310 – galato de propilo, E 320 – BHA e E 321 – BHT.
- Emulsionante: E 407 – carragenina.
- Intensificador de sabor: E 621 – glutamato.
- Edulcorantes: E 952 – ácido ciclâmico e o E 954 – sacarina.
No entanto saiba que:
- Os aditivos podem aparecer designados pelos próprios nomes e não pelos códigos. Como por exemplo estar descrito o manitol em vez do código E 421.
- Determinados produtos não são obrigados a indicar os aditivos, como é o caso do vinho.
- Os alimentos não embalados não contêm rótulos, assim o consumidor não fica informado acerca dos aditivos que possam conter.
- Quando um alimento industrializado utiliza uma matéria-prima com aditivos, não é obrigado a colocar no rótulo os aditivos da matéria-prima.
O consumo de aditivos deve ser controlado, porque:
- Não existem estudos científicos que possam comprovar as suas acções no organismo humano.
- Também não está suficientemente estudada a interacção entre os diferentes aditivos que se ingere.
- É muito difícil de quantificar a quantidade de aditivos que cada um ingere, por isso, pode-se ultrapassar a “dose diária admissível” – esta dose está relacionada com as características fisionómicas do peso e altura de cada um.
O conselho é: ler o rótulo dos alimentos em questão e, tanto quanto possível, escolher alimentos sem aditivos, embora existam aditivos que sejam essenciais a determinados alimentos.
Evitar o consumo de alimentos com corantes, que têm como função tornar o alimento mais atractivo e apetecível, e deve consumir poucas refeições preparadas e/ou congeladas, porque apresentam muitos aditivos.